Pelo buraco da fechadura,
Espiei a beleza plena.
Olhava a formosidade pura,
Em meio à luz serena.
Em contraste com tons pastéis,
A penumbra de sua sombra instigava.
Agarrava das cortinas os veis,
Tremulenta silhueta me enganava.
Sobre os amarelos da parede,
Margaridas da primavera florescidas.
Queria atar-me a ti como uma rede
Trançada de nossas almas envolvidas.
Na porcelana de tua face,
Há luz do sol refletida
Que neste trabalho de enlace,
Destaca o primordial em minha vida.
Se eu padecer escondido,
Jamais saberá você a minha solidão.
Poderei viver arrependido
Se nunca lhe entregar meu coração.
Tomarei iniciativa
Para tê-la em minha vida.
Há tanto tempo à mim cativa,
Que te amar não me traz dúvida.
Fabiano Favretto
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