Minhas idéias são fragata
A derivar neste oceano.
Porém ancorei este ano
Ao apertar o nó da gravata.
E as gaivotas que acusam terra,
E a fumaça que acusa gente
Possuem semblante urgente:
Entre paredes travo uma guerra.
Antes de partir da costa
Perdi o meu pequeno barco
E rio agora com asco
Desta ideia anteproposta.
Fabiano Favretto
gosto quando voce constroi (rs) minuciosamente seus textos... vc não abandona totalmente (e propositalmente) seu caráter popular, lembro das cartas entre vinicius e joao cabral de melo, caindo no pau entre o popular sentimental e as vanguardas formais... há algo de arcaico em nossas imagens mais queridas, a gente se vê revisitando os mesmas temas, vivendo os mesmos dias?
ResponderExcluir"desta ideia anteproposta", parece o tal do ourobouros, a cobra comendo o rabo... lembro fernando pessoa escrevendo seu poemas (principalmente caieiro e campos), tecendo a ideia, pra chegar no fim dele anular todo o sentido anterior, acho tão bonito o esforço de um poeta em assumir sua incerteza, até mesmo de provocá-la...
ExcluirRevisitar temas é engraçado. Deixa talvez o cotidiano inconstante, menos trivial, e assim quem sabe, dá margem para o diferente.
ExcluirSobre o caráter formal, diria que não me sinto bem quando formatado rsrs. Prefiro ser pé no chão, texto no barro, frase rachada, e deixando grande margem para o erro (às vezes proposital, mas na maioria das vezes não). Mais sentimental que popular, tão formal quanto vanguardista. Não sei se além de revisitar meus próprios textos, haveria outra forma de arquitetar algo diferente. No demais, o acerto está em errar.rsrsrs
A certeza maior é que de tudo serei incerto.
ExcluirSeria interessante se todas as estradas fossem curvas e houvessem nelas encruzilhadas a todo instante - não digo para ter mais escolhas, mas sim para poder parar, pensar e escolher qual caminho leva à estrada anterior.
Grato pela visita, ramonlvdiaz!
Quando puder, pega um destes caminhos e retorna para meu blogue! rsrsrs
Abraços.