A poesia volta a surgir
Entre escombros e fuligem.
Matei dois, morri três:
É preciso matar-se três vezes
Para perceber que se está vivendo.
Entre o canteiro de obras e o abismo
Está o menino que chora;
Este tem toda a percepção do mundo
E a alma pesada por seus dias.
Nada temo agora:
Anoiteceu pela janela do ônibus
E a realidade não embarcou.
Ainda sigo.
Fabiano Favretto
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