Caminho agora sozinho e preciso,
Em faixas de pedestres já gastas.
Me aparecem memórias inexatas
De algo bom que houve comigo.
É dia e o céu está tão baixo e escuro.
As nuvens trouxeram a chuva necessária
Para levar essa minha dúvida ordinária:
Saber que não se está em cima do muro.
O céu tem a mesma cor do asfalto,
No entanto, não posso tocá-lo com os pés.
A rua nunca acaba de sobressalto
Nem o sentimento desse meu revés.
Nada é capaz de levar-me ao alto,
Ou de mudar esse meu trágico viés.
Fabiano Favretto
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