Cortando pétala por pétala,
Camada por camada vai se desfazendo.
Pelo ar, os olhos vão ardendo
E na mão há o odor que o corte exala.
Cabe na porção dramática
A transparência que na divisão se cria:
Entre verde claro e branco o sabor se anuncia
Como uma questão resolvida da matemática.
Reduzida a pequenos pontos,
Cubos imperfeitos ali se empilham.
Podem ser irregulares, mas compartilham
Dos paladares picantes e amargos.
Na visão turva que me aparece,
Vejo uma tela que às vezes é esquecida:
Há quem esconda uma lágrima caída,
Mas sabe que das camadas o cheiro permanece.
Fabiano Favretto
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