quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Cemitério de Mendoza

No cemitério  de Mendoza

Vi decadência

Atômica

Sísmica

Humana.


Pombas (não da paz),

E um túmulo com suculentas

Mostram vida

Onde hoje não têm.


Covas novas

Assassinatos velhos.

Prisão eterna e

Justiça não-feita.

Cuadro 33

Quem sabe 

Quem encontraremos?


Ao pé dos Andes

O silêncio dá tregua

Pelo vento nas velhas persianas

Pelo riso dos coveiros

Pelo bater de asas distantes.


Ouço passos,

Ecos nas galerias subterrâneas.

Quanta gente

E quanta história:

Apenas nós

E gente nenhuma

À brecha da luz diurna.


Fabiano Favretto







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