Para se contar um 'causo', há algo quase tipo uma cerimônia, um ritual, uma preparação.
A disposição das palavras, a expressão facial (o auge do teatro representado em poucos atos), e ah, a disposição das pernas - hora cruzadas, hora dando pulinhos. Uma olhada no relógio, como se cronometrasse o tempo da história. Uma luz o ilumina enquanto em um gesto rápido acende o 'paiero' (breve fumaça em formatos encaracolados, ou desenhos que lembram caravelas velejantes num mar não muito turbulento).
Tudo isso me delicia e parece fazer parte de um enredo! A chaleira de ferro amassada, repousada silenciosa sobre o assoalho, somente faz um tilintar quando enche vagarosamente a cuia de purungo. Em roda faz-se as pessoas, e em volta se monta a história.
Em verdades ou mentiras, casos e 'causos', conversas ou prosas, o que espero é que nunca acabe a singela sabedoria popular, de experiências, conhecimentos e de preciosos ensinamentos, dos quais jamais me esquecerei.
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