Estou me transfigurando
No mais solitário dos seres,
E isso já vem de tempos
Por viver em universos
Contrários à estes onde ando;
Sou repleto de nãos marcados
Em minha própria pele
("Nãos", e não sou o autor destes).
Um não aqui, outro acolá,
"Nãos" eu tenho há tanto tempo,
Que já sou o senhor rejeitado
Da auto-rejeição.
Sim, Não! E negando-me,
E rejeitando-me, só hão de continuar
A descontruirem-me em mim,
E a transfigurarem-me em nada...
Nada além da auto-negativa
De existir.
Fabiano Favretto
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